quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Enem – mais uma ferramenta para a avaliação das instituições de ensino

Quando vamos nos matricular em qualquer curso de capacitação, normalmente nos atemos a alguns fatores como: prestígio da instituição, material didático, corpo docente, infraestrutura oferecida, metodologia de ensino e currículo. Não necessariamente nesta ordem, mas procuramos verificar todos estes itens antes de efetivamente nos matricularmos. Nesta semana em que nos deparamos com os resultados do Enem ficam alguns questionamentos com relação à qualidade das escolas no Brasil e quanto aos resultados tão diversos entre escolas particulares e públicas. Atualmente no país, as escolas de educação fundamental e nível médio particulares apresentam um ensino extremamente superior às escolas das redes municipal, estadual e federal, mas nem sempre foi desta forma. Nos primeiros tempos do século passado (e isso não faz tanto tempo assim!) as escolas públicas eram muito concorridas, uma disputa tão acirrada quanto a que ainda assistimos nas universidades. Infelizmente, após os anos da ditadura, muita coisa mudou e o nível de ensino foi ficando cada vez pior. Neste momento, tanto para alunos, quanto para professores, a infraestrutura e as melhores oportunidades estão dentro do setor privado, salvo raras exceções. A escolha da instituição vai além do índice apresentado no Enem, isso porque nestes 13 anos em que a prova é aplicada, os especialistas em educação não vêem grandes mudanças nas práticas de ensino, a não ser no que se refere à inclusão de gráficos, tabelas e textos, o que possibilita ao aluno um raciocínio mais racional e analítico. Apesar disso, segundo o INEP, a média de hora-aula nas escolas públicas fica em torno de 4,8 horas diárias e nas particulares 4,7, o que está muito próximo. Quanto aos gastos individuais, o governo vem aumentando, passando de R$ 1.571,00 em 2001 para R$ 2.336,00 em 2009, e a média da mensalidade anual das escolas particulares está em R$ 2.335,00. Esses números mostram que em termos de valores investidos e de horas-aula, está tudo muito parecido, porém na prática é tudo bem diferente! No ensino médio, por exemplo, a instituição deve oferecer aos alunos um corpo docente capaz de elaborar propostas pedagógicas diversificadas e atrativas, que proponham a discussão e que possibilitem o interesse, manter também um bom relacionamento com os alunos é fundamental. Quanto a infraestrutura, a escola deve oferecer locais apropriados e atrativos para estudo, espaço para o lazer, uma boa biblioteca que desperte a leitura, sala de informática e laboratórios equipados. Infelizmente, essa não é a realidade da maioria das escolas mantidas pelo governo. Entretanto, acredito na mudança, pois para que o país cresça em seus índices de desenvolvimento, um dos pilares mais importantes é o investimento em educação e, gradativamente, percebemos que é uma questão de tempo. As coisas não funcionam na velocidade que gostaríamos, mas algo já está acontecendo, mesmo que o Enem ainda não seja o ideal, mesmo com as falhas que ocorrem ano a ano, ainda assim estão ocorrendo esforços em prol de algo melhor, então cabe a nós professores também fazermos a nossa parte, estudando e trabalhando para um futuro melhor, que garantirá não só um ensino de qualidade, mas um trabalho mais digno e mais reconhecido para todos.

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